Muitos de vocês provavelmente já ouviram nomes de precursores da dança moderna como Isadora Duncan e Rudolf Laban e/ou já experimentaram alguma aula de “Moderno”. No entanto, para surpresa de alguns, a dança moderna convive muito próxima do cotidiano coreográfico de grande parte de bailarinos. Se você dança mexendo o tronco, você dança moderno. Se você já fez movimentos de queda no chão, ou rotações de quadril, ou gestos expressivos, ou apenas teatralizou, você dançou moderno. A realidade é que as principais características de dança moderna já estão enraizadas em movimentos coreográficos ensinados em aulas de jazz e dança contemporânea. O importante agora é entender mais a fundo o que são exatamente esses movimentos e como eles surgiram.
A dança moderna surgiu nos EUA e Alemanha, no final do século XIX e início do século XX, como forma de contestação e rejeição aos rigores e mimetismos da dança vigente até então: o ballet clássico. O contexto sócio-cultural também era muito favorável ao rompimento de padrões: uma época de transformações históricas e quebra de paradigmas na arte e na política. Assim, nada mais natural que tais revoluções também influenciassem essa forma de arte que há tempos andava engessada.
E assim, acompanhando os movimentos e mudanças do mundo, coreógrafos e bailarinos passaram a desejar novas expressões artísticas. Começaram então a buscar diferentes fontes de referência na formação corporal, não diretamente ligadas à dança, com o objetivo de trazer um pensamento de dança com maior liberdade expressiva do corpo. Fundamentavam-se na ideia de que, “a intensidade do sentimento comanda a intensidade do gesto” (Bourcier), frase que pode resumir o conceito de dança moderna. A dança moderna acabou se dividindo em duas gerações, a do início do século, período da primeira guerra, e a do meio do século, pós-segunda guerra. Por terem acontecido em períodos diferentes, os anseios e interesses de trabalhos corporais dos dois momentos históricos também se distinguiam. Destaque para a segunda geração, que pôde contar com maior liberdade, pois não precisavam mais se auto-afirmar como movimento, diferentemente da primeira geração, que se focava em consolidar a nata das técnicas com mais seriedade.
A primeira geração da dança moderna: Martha Graham, Doris Humphrey, Mary Wigman, Charles Weidman, Hanya Holm, Oskar Schlemmer, Agnes de Mille, Gertrude Bodenweiser, Kurt Joos, Helen Tamaris e Lester Horton.
A segunda geração moderna: Erich Hawkins, Merce Cunningham, Paul Taylor, Anna Sokolow, William Bales, Jane Dudley, Sophie Maslow, Jean Erdman, Jose Limón, Ann Halprin, Sybil Shearer, Alwin Nikolais, Glen Tetleym, Alvin Ailey, Katherine Dunham, Pearl Primus, Anita Entra, Edwin Strawbridge Steve Paxton, Yvonne Rainer, Meredith Monk, Twyla Tharp e James Waring.
Algumas das principais mudanças de padrão do movimento geradas pelos precursores do moderno:
– mobilização de todo o corpo para a expressão;
– o foco sai das pernas (ballet clássico) e vai para o tronco e plexo solar;
– utilização da contração e relaxamento da musculatura para obtenção da expressão;
– a respiração como elemento fundamental;
– a importância ao significado dos gestos, sentimentos, expressividade e teatralidade.
Dentre os grandes coreógrafos da época, alguns ganharam maior notoriedade, devido à densidade da técnica ensinada e disseminada. Vemos que os principais estilos aprofundados e ensinados até hoje são: Graham (Martha Graham), Horton (Lester Horton), Cunningham (Merce Cunnigham) e Limón (José Limón).
E assim, essa dança moderna nos deixou um grande legado, que enriquece o trabalho e a arte de cada vez mais bailarinos que entram em contato com ela!
E aí, vamos praticar? 🙂
Fontes:
- http://www.wikidanca.net/wiki/index.php/Dança_moderna
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Dança_moderna
- http://www.brasilescola.com/educacao-fisica/danca-moderna.htm
- http://www.dicasdedanca.com.br/historia-da-danca-moderna-uma-breve-historia-da-danca-moderna.html
- http://comunicacaoecultura.uniso.br/prod_discente/2009/pdf/maria_giradi.pdf
- http://entremundos.com.br/cultural/martha-graham/
Tags:dança moderna, história da dança, martha graham