Continuação do artigo da semana passada.
A Escola Européia de Dança Moderna também floresceu com a inspiração e os novos conceitos da “Dança Livre” desenvolvidos por Isadora Duncan durante sua trajetória, que, à propósito, deu-se principalmente em solo europeu, uma vez que a América, na época em que nasceu e começou a se apresentar, ainda não tinha o refinamento cultural necessário para a apreciação de seu talento e de suas aspirações artísticas. Ao imigrar para a Europa, Isadora desenvolveu sua arte em Paris, mas foi na Alemanha que encontrou abrigo para as suas idéias, além de apoio e admiração, que contribuíram para transformá-la no fenômeno artístico que marcou toda uma época.
Antes dela, porém, outra americana imigrou para Paris. Seu nome era Loie Fuller(1862-1928). Nascida em Chicago, começou sua carreira ainda criança nos teatros de revista. Tornou-se uma bailarina “exótica” (dançava coreografias de influência oriental) e mudou-se para Paris para apresentar-se nas “Folies Bergère”. Fuller ficou famosa por desenvolver os primeiros efeitos cênicos de iluminação, através do uso do gás e de sais luminescentes projetados nos grandes tecidos que levava para o palco. Foi também Loie Fuller que apresentou Isadora Duncan às plateias parisienses.
A partir da influência de Isadora e de trabalhos como o de Émile Jacques-Dalcroze (1865-1950), criador do método de Euritmia, um sistema de ginástica rítmica, a Dança Moderna na Europa se desenvolveu e encontrou em Rudolf Von Laban(1878-1958), o seu mentor intelectual. Laban abriu sua escola primeiro em Munique, na Alemanha, em 1910 e depois, durante a I Guerra Mundial(1914-1918) em Zurique, na Suíça, onde trabalhou com a teoria e análise do movimento, que deram origem a um complexo sistema de notação, denominado “Labanotation”, ainda hoje aplicado para a notação em Dança. De seus discípulos mais ilustres, destacam-se Mary Wigman(1886-1973) e Kurt Jooss(1901-1979). Ambos abriram escolas na Alemanha, Wigman em Dresden e Jooss em Essen, e ambos influenciaram gerações de bailarinos com suas escolas e coreografias. Da escola de Mary Wigman saíram artistas como Hanya Holm(1893-1991), Harald Kreutzberg(1902-1968), além de Rolf Gelewsky e da brasileira Chinita Ullman. Da escola de Kurt Jooss, a hoje reconhecida mundialmente Pina Bausch e a francesa que “adotou” o Brasil, Renée Gumiel.
Não percam a continuação deste trabalho na próxima semana!