Hoje a gente vai falar de uma personalidade que é nossa musa, por todo legado que ela deixou pra dança moderna: Martha Graham! Ela foi tão importante, que sua influência sobre a dança pode ser comparada à influência de Stravinsky na música, Picasso nas artes visuais, ou de Frank Lloyd Wright na arquitetura.
Ela pode não ter sido a primeira a iniciar mudanças na história da dança moderna, como já mostramos aqui (link), mas a densidade do seu trabalho foi capaz de revolucionar a dança, e a própria dança moderna, que era considerada uma revolução por si só. Foi gradualmente inspirando as gerações posteriores, tendo seu trabalho amplamente reconhecido até hoje.
Martha e os primeiros contatos com a dança
Martha começou seus estudos na dança por influência de seu pai, um médico especialista em disfunções neurológicas, que tinha grande interesse no diagnóstico através da observação dos movimentos físicos. Em 1911, já na sua adolescência (Martha começou a dançar tarde), Martha teve o seu primeiro contato com a dança, através da Companhia de Ballet da bailarina Ruth S. Denis, que se apresentou na Mason Opera House em Los Angeles. Inspirada por essa performance, Graham se matriculou em um colégio voltado para as artes, e depois foi estudar dança na recém-inaugurada Escola Denishawn, fundada por Ruth S. Denis e seu marido Ted Shawn. Durante oito anos, tanto ensinando quanto aprendendo, Denishawn foi o seu segundo lar.
O trabalho de Martha
Graham foi responsável pelo desenvolvimento de uma técnica que associava intrinsecamente a respiração ao movimento – através da contração e relaxamento. Também é sua marca pessoal os gestos amplos e o contato com o chão, abandonando, desta forma, alguns dos princípios básicos da dança tradicional.
Contrário ao que muitos pensam, ela não era exatamente contra o ballet, mas a superficialidade com que essa arte se expressava, principalmente em relação à intensidade, o drama e a paixão. Por não conseguir se expressar através dele, estruturou seu trabalho no por meio de uma expressão mais livre e honesta do seu mundo interior, revelando suas emoções como alegria ou dor, desejos e sonhos, através da dança. Graham criou uma nova linguagem de movimento, usada para revelar todas essas emoções e sentimentos comuns à experiência humana.
Em 1926, fundou a Martha Graham Dance Company, e desde então, ela coreografou mais de 200 trabalhos sobre diversos assuntos, como, a mitologia grega, os antigos rituais, as questões sociais e o folclore norte-americano e a sensibilidade feminina.
Como mestra, Graham treinou gerações de grandes bailarinos e coreógrafos. Dentre eles estão Alvin Ailey, Twyla Tharp, Paul Taylor, Merce Cunningham, além de ter colaborado com alguns dos mais conceituados artistas de seu tempo, como o compositor Aaron Copland e o escultor Isamu Noguchi.
Dançou e coreografou por mais de 70 anos, e foi a primeira bailarina a se apresentar na Casa Branca, viajar para o estrangeiro como embaixadora cultural, e receber o maior prêmio civil do EUA: a Medalha Presidencial da Liberdade.
Lamentation e Acts of Light são alguns de seus principais trabalhos.
Sua importância vai tão além do mundo da dança, que no ano em que faria 117 anos, o Google fez uma linda homenagem, através de um Doodle, quem lembra?
Agora, depois de se fascinar com uma história dessas, dá vontade de ir correndo fazer uma aula da técnica criada por ela, né?
Lembrando que no Congresso tem workshop de técnica de Graham! 😉
Mais informações aqui.
Fontes:
http://www.blogfalandodehistoria.com/2011/05/117-anos-de-martha-graham.html
http://comunicacaoecultura.uniso.br/prod_discente/2009/pdf/maria_giradi.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Martha_Graham
Tags:congresso dança moderna, martha graham, tecnica de graham
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